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Módulo 6

HPV

A abstinência sexual é a medida mais eficaz para evitar a infeção com HPV, um vírus capaz de causar cancro do colo do útero, vagina, vulva, pénis, ânus, boca e garganta. Mas o jejum sexual será a única alternativa para evitar estes cancros? Existem outras medidas preventivas?

Todos os anos, o vírus do papiloma humano (HPV) causa mais de 640 000 cancros em todo o mundo, maioritariamente no colo do útero, mas também na vagina, vulva, pénis, ânus, boca e garganta. Ao contrário de outros vírus sexualmente transmissíveis, como o HIV, para haver contágio de HPV não é preciso que haja penetração. A transmissão dá-se através do contacto entre a pele e mucosas. Por esse motivo, o sexo oral também aumenta o risco de infeção do vírus na boca e garganta.


Na verdade, não é muito fácil estar livre de HPV - 80% das pessoas sexualmente activas já esteve infetada com o vírus em algum momento das suas vidas - e o mais provável é que nem se tenham apercebido, já que a infeção não costuma apresentar sintomas, e em 90% dos casos desaparece de forma natural e espontânea ao fim de 2 anos. 

Na maioria dos casos a infeção com HPV não é motivo para alarme. Contudo, se persistir ao longo dos anos, o que é raro, e se a estirpe do HPV for de alto risco, o que ainda é mais raro, pode causar um cancro. Para evitar este cenário, a medida mais eficaz para impedir uma infecção por HPV seria o jejum ou abstinência sexual, uma opção que é pouco realista para a maioria das pessoas. Felizmente não é necessário suspender a reprodução da espécie humana: existem 3 comportamentos muitíssimo eficazes para reduzir o risco de infeção e dos cancros causados pelo HPV.

Tomar a vacina contra o HPV
A vacina faz parte do Programa Nacional de Vacinação e é gratuita tanto para raparigas como para rapazes. A toma da vacina promove a resposta imunitária contra 9 estirpes do vírus, prevenindo o aparecimento de 90% dos casos de cancro do colo do útero e a maioria dos casos de verrugas genitais. 

Apesar da taxa de proteção da vacina ser de mais de 90%, convém não esquecer que a sua proteção não é total – são necessárias medidas de proteção complementares.


Reduzir o número de parceiros sexuais
Quantos mais parceiros sexuais se tiver, maior o risco de infeção com HPV. As pessoas com vários parceiros sexuais além de terem maior probabilidade de estarem infetadas com HPV, também aumentam a possibilidade de passarem o vírus a pessoas que ainda não estão infetadas. E os homens não julguem que são só as mulheres que estão em risco: o HPV também causa cancros no pénis e no ânus. 
O uso do preservativo permite reduzir o risco de infeção. Porém, a proteção não é total, anda na ordem dos 70%, já que apesar do preservativo diminuir a área de contacto entre a pele e mucosas, não a elimina. 


Fazer o rastreio do cancro do colo do útero
Após iniciarem a sua vida sexual, todas as mulheres devem realizar regularmente o exame de rastreio do cancro do colo do útero: o teste do HPV. Este teste permite detetar a presença do vírus, em especial as estirpes de alto risco, nas células da região cervico-vaginal, e identificar lesões pré-cancerosas ou cancros em estados iniciais. Se for feito na altura certa, e com a periodicidade recomendada, o teste de HPV reduz drasticamente a probabilidade de uma mulher morrer de cancro do colo do útero. O rastreio deve ser feito por todas as mulheres com mais de 25 anos, e repetido de 5 em 5 anos.

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A descoberta da vacina contra o HPV revolucionou a prevenção de cancro do colo do útero. Mas será que as mulheres vacinadas já não têm que se preocupar com esse cancro? A vacina elimina todos os riscos?
O cancro do colo do útero - o 2º mais mortal entre as mulheres jovens europeias - é causado por um vírus que é transmitido sexualmente, o vírus do papiloma humano (HPV). Existem mais de 150 estirpes de HPV, mas apenas as de alto risco, que são 14, podem causar o cancro do colo do útero. 
Todos os anos morrem cerca de 342 mil mulheres, em todo o mundo, de cancro de colo do útero. Existem dois caminhos para reduzir o número de mortes: melhorar a resposta imunitária à infeção por HPV, ou passar a detectá-la mais cedo para que possa ser tratada atempadamente. A descoberta da vacina contra o HPV representou um passo de gigante na direção da primeira possibilidade: neutralizar a infeção com estirpes de alto risco de HPV.
A vacina faz parte do Plano Nacional de Vacinação (PNV), é gratuita, e está recomendada tanto para raparigas como rapazes. A vacina promove a resposta imunitária contra 9 estirpes de HPV que, no seu conjunto, são responsáveis por 9 em cada 10 casos de cancro do colo do útero, e pela maioria dos casos de verrugas genitais. Se todas as mulheres forem vacinadas é possível reduzir 90% dos casos de cancro de colo do útero. 
Ainda que a taxa de proteção da vacina seja elevadíssima, ninguém se pode esquecer que uma mulher vacinada está protegida contra quase todas estirpes de alto risco, mas não todas! A proteção conferida pela vacina não é de 100%, por isso são necessárias medidas adicionais de prevenção. É através do comportamento sexual e do rastreio que é possível complementar a vacina do HPV, para garantir um futuro onde o diagnóstico de cancro do colo do útero seja uma raridade.  
Comportamento sexual
A abstinência sexual é a única solução 100% eficaz para evitar a infeção com HPV. Como é uma opção pouco realista, devem considerar-se outras medidas para diminuir a probabilidade de contágio de HPV. Para aqueles que têm uma vida sexual activa, quanto menos parceiros sexuais tiverem, menor o risco de infecção. O uso do preservativo também reduz o risco de infeção em cerca de 70%.
Ainda que o cancro do colo do útero seja um cancro feminino, o comportamento sexual dos homens influencia a epidemiologia da doença. Ao terem várias(os) parceiras(os) sexuais, disseminam o vírus, aumentando a taxa de infeção de HPV na população. 
Rastreio do cancro do colo do útero
Após iniciarem a sua vida sexual, todas as mulheres devem realizar regularmente o exame de rastreio do cancro do colo do útero: o teste do HPV. Este teste permite detetar a presença do vírus, em especial as estirpes de alto risco, nas células da região cervico-vaginal. Se for feito na altura certa e com a periodicidade recomendada, o teste de HPV reduz drasticamente a probabilidade de uma mulher de morrer de cancro do colo do útero. O rastreio deve ser feito por todas as mulheres com mais de 25 anos, e repetido de 5 em 5 anos, até aos 60 anos.

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O HPV ou Vírus do Papiloma Humano, é um vírus que incluí mais de 150 tipos de estirpes diferentes, 40 dos quais se transmitem pela via sexual. Existem estirpes de baixo risco, que provocam verrugas na pele, sobretudo na área genital, e de alto risco, são cerca de 14 e podem provocar cancro, sobretudo no colo do útero, mas também na vulva, pénis, ânus, boca e garganta. Há quem confunda o HPV com o HIV, que é o vírus da imunodeficiência humana e que causa a SIDA. No entanto, são vírus bastante diferentes, nomeadamente a nível da transmissão. Ambos são sexualmente transmissíveis, mas enquanto no HIV a infeção se dá se houver penetração, no caso do HPV não é necessário que haja penetração, já que esta pode dar-se através do contacto entre a pele e mucosas. Além disso, enquanto o HIV entra na corrente sanguínea infetando todo o organismo, o HPV “apenas” afeta as células da pele ou das mucosas com que contacta, provocando alterações localizadas.

Sim. No final de 2020 a vacina do HPV, o Plano Nacional de Vacinação também contempla a vacina contra o HPV para rapazes. A vacina é administrada aos rapazes de 10 anos, nascidos após 1 de Janeiro de 2009, e inclui 2 doses, com 6 meses de intervalo entre elas.

De acordo com o Plano Nacional de Vacinação, as raparigas e rapazes devem realizar a vacina do HPV aos 10 anos. Contudo, todas as mulheres não vacinadas são aconselhadas pela Sociedade Portuguesa de Ginecologia a fazer a vacina, independentemente da sua idade. Esta decisão prende-se com o facto da prevalência de infeção por HPV se manter elevada em mulheres adultas e de se ter demonstrado que a vacina é eficaz e segura na prevenção de novas infeções em mulheres com mais de 26 anos de idade.
No caso dos homens não vacinados, a evidência científica disponível permite apenas recomendar a vacinação a todos os homens até aos 26 anos de idade. De acordo com a Sociedade Portuguesa de Ginecologia, a vacinação em homens com mais de 26 anos de idade deve ser ponderada individualmente, tendo em conta o seu comportamento sexual.
Independentemente de seres rapaz ou rapariga, se tens mais de 17 anos, não tomaste esta vacina e pretendes fazê-lo, aconselhamos-te a falares com o teu médico de família. 

Esta ideia que infelizmente alarmou muitas pessoas, e está na base de muitos dos movimentos anti-vacina atuais, não tem qualquer fundamento científico. O único estudo que parecia indicar esta causalidade revelou-se fraudulento e foi há muito rejeitado pela comunidade científica.


Campanha de informação sobre o HPV


Num dos episódios deste módulo o HPV é pretexto para verdadeiras novelas entre irmãs. Mas será razão para tanta confusão? O melhor é ficares a conhecer melhor este vírus que tanta preocupação causa e usares os teus novos conhecimentos para fazeres o teu próprio vídeo de sensibilização.

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Duração: 45 minutos de trabalho em aula + trabalho autónomo

Como fazer?

1. Junta-te em grupo com os teus colegas e faz uma pesquisa orientada que permita responder às seguintes questões (dica: espreita os links escolhidos para ti na secção “Explorar” e, já agora, há muita informação importante na secção “Saber+” e nos vídeos de introdução e discussão):
• O que é o HPV?
• Quem pode ser infetado?
• Que doenças causa?
• Como se previne?
2. Apresenta os resultados da pesquisa do teu grupo aos restantes colegas da turma.
3. Baseando-te na informação recolhida, cria um vídeo para chamar a atenção dos teus amigos e colegas para os riscos associados ao HPV. Deixamos-te algumas sugestões de abordagens possíveis:
• Um videoclipe de uma música sobre os riscos do HPV;
• Uma história encenada de um casal com medo do HPV;
• Um testemunho pessoal de uma pessoa (fictícia) que teve cancro causado por HPV;
• Uma história em que o HPV é o protagonista;
• Usa a tua criatividade e cria um vídeo que surpreenda os teus amigos
4. Organiza com o teu professor uma forma de divulgação dos vídeos criados pela turma na página da escola ou nas redes sociais.


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